sábado, 22 de agosto de 2015

O medo de Lula.

Alvo dos protestos, o ex-presidente perde a condição de mito e tem suas contas rastreadas devido a uma movimentação atípica.
Temendo que dano à sua imagem seja irreversível, petista vai à TV reconhecer crise.

Até as manifestações do dia 16 de agosto, o PT acreditava que a recente antipatia do brasileiro pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era uma marolinha. O partido ainda alimentava a ilusão de que a popularidade do ex-líder sindical convertia em vilão qualquer um que desfiasse críticas a seu respeito.

Os protestos promoveram, no entanto, a descanonização do mito. As crises política e econômica enfrentadas pelo País e que afetou a população como um todo, sem distinção de classe social, tornaram Lula alvo da insatisfação popular. 

O boneco inflável de 12 metros do ex-presidente vestido em trajes de presidiário confeccionado pelos manifestantes, e que virou febre nas redes sociais, ilustra bem o sentimento que hoje parte expressiva dos brasileiros nutre pelo petista.

Mesmo em sua cidade natal, Garanhuns (PE), onde Lula sempre foi ídolo, conterrâneos saíram às ruas com faixas pedindo “desculpas ao Brasil pelo filho corrupto”. 

A alegoria dos protestos de Brasília fez a imprensa internacional questionar se o petista perdeu o troféu de “o cara”, numa referência à expressão cunhada em 2009 pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. 
 
O clamor das ruas não acordou apenas o PT para a nova realidade política do maior líder da sigla. O ex-presidente também caiu em si. O temor do petista, agora, é que sua imagem seja arranhada a ponto de inviabilizar uma candidatura em 2018.

O outro medo de Lula advém da Lava Jato. As apurações da força-tarefa de Curitiba e as investigações paralelas do Ministério Público lançam suspeitas sobre uso do peso político do ex-presidente para beneficiar empreiteiras e empresas com interesses em fechar negócios com o governo.

Chamou a atenção do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) a movimentação “atípica” de mais de R$ 50 milhões nas contas da empresa de palestras do ex-presidente.

Do total de receitas, R$ 27 milhões foram obtidos com as palestras – quase R$ 10 milhões pagos por empreiteiras investigadas pela Lava Jato. Os dados dos sigilos de Lula municiaram investigações em curso nos Ministérios Públicos do Paraná, Distrito Federal e Rio de Janeiro. 

O Ministério da Justiça foi acionado para investigar o Coaf - seu próprio braço aliado no combate à corrupção - em defesa da honra de Lula. Mas o trabalho de análise e encaminhamento aos órgãos competentes dos extratos de movimentações financeiras do ex-presidente está respaldado na lei. De acordo com deliberação da lei de combate à corrupção e lavagem de dinheiro, qualquer agente público que tenha desempenhado cargo nos cinco anos anteriores fica sob monitoramento.

Na última semana, Lula ainda contabilizou dois dissabores. Apareceu em um grampo da Lava Jato conversando com um dos executivos presos sobre “assuntos do BNDES” e teve seu nome manuscrito numa agenda de um ex-assessor do ex-ministro José Dirceu, hoje preso, Roberto Marques. O título de ex-presidente da República não garante a Lula foro privilegiado nas investigações da Lava Jato.

Temendo que o líder petista seja alvo do juiz Sérgio Moro, magistrado responsável pelos processos do Petrolão, o PT ainda pressiona o ex-presidente assumir um ministério no governo Dilma Rousseff. Como ministro de Estado, Lula ganharia o privilégio de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde três dos 11 ministros em atividade foram indicados por ele.

Lula, no entanto, resiste à ideia. Analisa que a repercussão negativa de sua entrada no governo pode ser pior do que passar pelo constrangimento de comparecer à Curitiba para prestar depoimento, o que poderá acontecer nas próximas semanas. 

Para tentar limpar sua barra, Lula gravou na última semana inserções de TV para o programa do PT em que reconhece a gravidade da crise econômica e pede união ao País para encontrar a saída. O gesto pode ter sido tardio. 
*Por Josie Jeronimo (josie@istoe.com.br
*Fotos: Givaldo Barbosa /Agência O Globo; Elza Fiuza/Agência Brasil 

Cunha e as provas contra ele.

Para ocupar a mente, estou escrevendo um parecer para um cliente. Parei um pouco para descansar a cabeça e reli a denúncia contra Cunha. Quanto mais a leio, mas me intrigo. Uma peça primária, frágil, que apenas terá efeito político. Lendo o livro "As lógicas das provas no processo", de Deltan Martinazzo Dallagnol, fiquei com a certeza que a Força-Tarefa de Curitiba não participou da redação daquela peça. Vejam como qualquer estudante de Direito dissecaria a denúncia e, ao final, o que restaria dela:
Proposição A: Cunha teria mandado dar dinheiro de propina à Assembleia de Deus.
Provas: - a) O pastor beneficiado seria amigo/parente do pastor de que Cunha seria amigo; b) O doador - delator - seria católico!
Proposição B: - Cunha teria se reunido com o delator e Fernando Baiano para ajustar propina.
Provas: - Na torre de celular no local em que teria havido a reunião constavam vários telefonemas de... Fernando Baiano. Nenhum telefonema de Cunha fora apontado!
Proposição C: - Cunha teria Fernando Baiano como seu braço direito.
Provas: - A palavra do delator, que mudou de versão após três depoimentos anteriores.
Proposição D: - Cunha teria chantageado o delator mediante pedidos de documentos através da Câmara dos Deputados.
Provas: - O requerimento de pedido de documentos havia sido preparado com a identificação digital do seu gabinete e estaria logado na rede, embora o requerimento tenha sido feito por outra deputada, colocada - inexplicavelmente - como Ré na ação.
É ou não é uma denúncia criminal com nítido caráter político?

*Texto por Adriano Soares da Costa, via Facebook

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Parabéns, juiz Franco! Reduziu a pó tentativa do Instituto Lula de intimidar Danilo Gentili.

O juiz Carlos Eduardo Lora Franco anulou a tentativa do “Instituto” Lula de intimidar judicialmente o “pretenso humorista” Danilo Gentili, que havia feito a seguinte piada no Twitter: “Instituto Lula forja ataque para sair de vítima e o máximo q conseguem com isso é todo mundo dizendo ‘q pena que o Lula não tava lá na hora'”.
A sentença exemplar de Franco reduz a pó a patrulha lulopetista e ainda mostra que é possível, sim, discutir se o instituto foi atacado ou não – como fez este blog aqui, sem acusar ninguém de coisa alguma -, especialmente quando a suposta vítima imputa genericamente o suposto crime a adversários políticos.
Escreveu ele:
“Não é possível criminalizar-se, ou censurar-se, a piada.
Só isso já basta, e na verdade impõe, a rejeição liminar do presente pedido de explicações pela evidente ilegitimidade ativa.
Nem se faz necessário, então, mencionar que é notório que o interpelado é um comediante, e assim mais que óbvio que aquela frase nada mais é do que uma evidente piada. Fosse tal afirmação na rede social de um jornalista respeitado e de credibilidade, tais como Willian Waack, ou Miriam Leitão, por exemplo, sem dúvida alguma se poderia cogitar de algum crime contra a honra. Mas no Tweeter de um comediante, como notoriamente é o requerido, ninguém, obviamente, iria levar tal informação a sério imaginando que ele tem informantes e está fazendo uma revelação importante.
Nem se faz necessário, também, mencionar que, por outro lado, num país com histórico de tantos ‘aloprados’ de direita e esquerda forjando fatos para prejudicar grupos opostos, no qual inclusive já houve um caso de ataque a bomba feito por um grupo para incriminar outro (caso Rio Centro), trazer à tona tal possibilidade e discussão é algo até saudável historicamente.
Nem se faz necessário, mais, observar que o Brasil vive um momento de patrulhamento sem precedentes, e que o Poder Judiciário deve estar atento a não se transformar, especialmente através de ações penais privadas, em forma de pressão e intimidação de poderosos contra quem deles diverge ou os incomoda.”
Perfeito. Para tristeza de Lula e PT, Sergio Moro não é o único juiz decente do Brasil – e o que este blog faz “é algo até saudável historicamente”. Agradeço e relembro:

Na "marcha da esquerda" manifestantes são contra Dilma.


Dilma Rousseff é tão ruim, tão péssima, que não tem apoio nem de militantes da marcha da mortadela.
*Via Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

Em queda. Desvalorização da Petrobras é de 86% em cinco anos...

Do início do governo Dilma, ou seja, desde janeiro de 2011, até agora as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras se desvalorizaram 65% e 60%, respectivamente.

O valor de mercado da empresa hoje é de 38 bilhões de dólares. Em setembro de 2010, há quase cinco anos portanto, valia 270 bilhões de dólares.
Em resumo, o período Dilma não faz bem à Petrobras – e olha que é um governo que tem uma queda toda especial pelas estatais.

A escolha.


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Cunha, o escolhido, divulga nota.

Eduardo Cunha divulgou uma nota no Facebook.
Ele ataca Rodrigo Janot, como era de se esperar, e diz que o petrolão foi patrocinado pelo PT e seu governo e que "não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT os inúmeros ilícitos praticados na Petrobras".
O bicho vai pegar. Leiam a íntegra, por favor:

"Estou absolutamente sereno e refuto com veemência todas as ilações constantes da peça do Procurador Geral da República.
Sou inocente e com essa denúncia me sinto aliviado, já que agora o assunto passa para o poder judiciário.
Como eu já disse anteriormente, fui escolhido para ser investigado e, agora, ao que parece, estou também sendo escolhido para ser denunciado, e ainda, figurando como o primeiro da lista. Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente, com o desenrolar, assistiremos à comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do Procurador, na tentativa de calar e retaliar a minha atuação política.
Respeito o Ministério Público Federal, como a todas as instituições, mas não se pode confundir trabalho sério com trabalho de exceção, no meu caso, feito pelo Procurador Geral. E, ainda, soa muito estranho uma denúncia divulgada às vésperas de manifestações vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, que tem, dentre seus objetivos, o de me atacar.
Também é muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado.
A evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobrás.
Estou com a consciência tranquila e continuarei realizando o meu trabalho como Presidente da Câmara dos Deputados com a mesma lisura e independência que sempre nortearam os meus atos, dentro do meu compromisso de campanha de ter uma Câmara independente. Esclareço ainda, que meu advogado responderá sobre os fatos específicos referidos na denúncia.
Em 2013, por outro motivo, fui denunciado pelo Ministério Público Federal. A denúncia foi aceita pelo pleno do Supremo Tribunal Federal por maioria e, posteriormente, em 2014 fui absolvido por unanimidade. Isso corrobora o previsto na Constituição Federal, da necessidade do Princípio da Presunção da Inocência.
Por fim, registro ainda que confio plenamente na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal para conter essa tentativa de injustiça."

Não da para ser otimista.

É aquilo que eu repito, com notícias como essas aí de cima, não dá para ninguém ser otimista, por mais que o governo invista em marketing. Ultimamente quem abre os sites de notícias ou compra o jornal pela manhã fica logo sobressaltado e assustado com as notícias econômicas. E o que mais se vê é: o pior semestre em 10 anos, o pior resultado dos últimos 20 anos, e por aí vai. Só espero, francamente, que não cheguemos ao ponto de usar aquela expressão que Lula adora "nunca antes na história deste país" para comparações das más notícias da economia. 

Velejando na sujeira.

Um velejador sul-coreano precisou ser internado no Hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul), na última terça-feira (18) após ter participado do evento-teste de vela na Baía de Guanabara. Wonwoo Cho teve febre, vômitos e quadro de desidratação, de acordo com o técnico Danny Ok. Em publicação no Facebook, Ok afirma que a doença foi provocada pela poluição das águas do local e cobrou providências. Cho já recebeu alta e voltou a competir na classe RSX nesta quarta-feira (19).

O técnico publicou fotos do atleta sendo atendido em uma ambulância. Ele disse ainda afirmou esperar que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Vela (Isaf) tenham cuidado com a situação da água para as competições olímpicas. ( AE)

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Dilma manda vender parte da Petrobras para cobrir rombo da corrupção.

25% DA PETROBRAS SERÁ VENDIDA. DILMA DA AVAL PARA A NEGOCIAÇÃO COM A FINALIDADE DE COBRIR OS ROMBOS DA CORRUPÇÃO.
A Petrobras quer vender US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016 para ajudar a reduzir o montante de US$ 132 bilhões de dívida, a maior de qualquer petroleira.
O Conselho da Petrobras aprovou, com voto contrário de seu presidente, a venda de ao menos 25% da BR Distribuidora, unidade de distribuição combustíveis da estatal, segundo ata de reunião publicada na noite de segunda-feira (17). A venda é esperada para a partir do final do ano e tem o Aval da Presidente da Republica.
A Petrobras quer vender US$ 15,1 bilhões em ativos até o final de 2016 para ajudar a reduzir o montante de US$ 132 bilhões de dívida, a maior de qualquer petroleira.
O Conselho aprovou em 8 de agosto o plano para buscar aprovação da CVM para a venda, que pode ser ampliada para além de 25% com a venda de lote suplementar e lote adicional, segundo a ata.
O presidente do Conselho, Murilo Ferreira, e o conselheiro que representa os funcionários da Petrobras, Deyvid Bacelar, votaram contra.
Ferreira foi contra a venda alegando que decisões adicionais precisam ser tomadas, incluindo a contratação de profissionais com experiência em vendas no varejo e a aprovação de um plano de negócios para a BR Distribuidora, antes que qualquer venda possa ser formatada, segundo a ata.
Bacelar se opôs à proposta dizendo que as condições de mercado não são propícias para uma venda e que a BR Distribuidora pode dar retornos melhores à Petrobras se o Conselho melhorar a governança ou buscar parcerias em vez de abrir o capital da empresa.

A BR Distribuidora recentemente foi avaliada em cerca de US$ 10 bilhões por analistas da UBS Securities.
*Via PensaBrasil.com

Um empréstimo muito estranho: O BNDES quebrou?

O BNDES pede empréstimo ao Banco alemão KfW, alegando que os recursos do empréstimo serão usados para financiar sistemas de transporte público.

São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta terça-feira ter contratado financiamento de 265 milhões de euros (cerca de 1 bilhão de reais) com o banco alemão de desenvolvimento KfW.
Segundo o banco brasileiro de fomento, os recursos do empréstimo serão usados para financiar sistemas de transporte público eficientes em áreas metropolitanas do país.
*http://exame.abril.com.br/economia/noticias/bndes-toma-cerca-de-r-1-bi-com-banco-alemao-para-transporte
*Via Reuters

Augusto Nunes retruca Dilma: "Golpista é quem usa dinheiro roubado para ganhar eleição".


Os crimes de Lula.

O Ministério Público Federal acredita haver indícios de crime nas atividades de Lula a serviço da Odebrecht, uma construtora com receita anual de cerca de R$ 100 bilhões.
A investigação contra o petista por tráfico de influência internacional e no Brasil foi aberta há uma semana pelo núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília, como revelou a revista Época.
Eis o resumo do processo:
“TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. LULA. BNDES. Supostas vantagens econômicas obtidas, direta ou indiretamente, da empreiteira Odebrecht pelo ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2011 a 2014, com pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente os governos da República Dominicana e Cuba, este último contendo obras custeadas, direta ou indiretamente, pelo BNDES”.
Os procuradores enquadram a relação de Lula com a Odebrecht, o BNDES e os chefes de Estado, a princípio, em dois artigos do Código Penal, segundo a revista.
O primeiro, 337-C, diz que é crime:
– “solicitar, exigir ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional”.
O nome do crime: tráfico de influência em transação comercial internacional.
O segundo crime, afirmam os procuradores, refere-se à suspeita de tráfico de influência junto ao BNDES.
“Considerando que as mencionadas obras são custeadas, em parte, direta ou indiretamente, por recursos do BNDES, caso se comprove que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos práticos pelo presidente do mencionado banco (Luciano Coutinho), poder-se-á, em tese, configurar o tipo penal do artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência)”, diz o documento.
A maioria das viagens de Lula nos últimos anos foi bancada pela Odebrecht, a campeã, de longe, de negócios bilionários com governos latino-americanos e africanos embalada por financiamentos do BNDES.
O BNDES financiou pelo menos:
– US$ 4,1 bilhões em projetos da Odebrecht em países como Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba durante os governos de Lula e Dilma.
– US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira.
– 42% do total de US$ 848 milhões recebidos pela Odebrecht em operações de crédito para tocar empreendimentos no exterior.
Como diz a revista:
“Há anos o banco presidido por Luciano Coutinho resiste a revelar os exatos termos desses financiamentos com dinheiro público, apesar de exigências do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União e do Congresso. São o segredo mais bem guardado da era petista.”
Mais detalhes no próximo post: “Os esquemas de Lula, o lobista em chefe do Brasil“.
Corra, Lula, corra!
*Por Felipe Moura Brasil 

terça-feira, 18 de agosto de 2015

O povo não estaria nas ruas se não se sentisse enganado, ultrajado e furtado!.

Nosso jornalismo, há muitas décadas, foi tomado de assalto pelos que chamo "pedagogos da opinião pública". Por sua visibilidade, do alto de suas posições nos meios de comunicação, sentem-se como mestres em salas de aula, praticando contra a opinião pública o mesmo abuso mental que tantos professores praticam com os alunos, mediante influência e poder. Uns e outros, pedagogos da opinião pública e professores militantes, operavam antes de o PT nascer e prepararam dedicadamente seu caminho ao poder. Era na base do nós e eles. Simples assim: a esquerda era o bem e, fora dela, nada haveria que prestasse.
Algumas coisas sobre si mesmos eles já compreenderam, ao longo dos últimos meses. Seu prestígio despencou junto com o daqueles a quem emprestavam ou vendiam apoio. Seus discípulos já lhes viram as costas. São formadores de opinião que não formam opinião alguma e cujas manifestações exigem enorme esforço mental. Não é fácil parecer que não fazem exatamente aquilo que estão fazendo, mas "pegaria mal" se fizessem.
Exemplifico. Os pedagogos da opinião pública não são contra as passeatas. Mas ensinam que "Impeachment-já!" recusa o ritmo constitucional que aponta para a sequência crime, acusação, julgamento e (só então) impeachment. Entenderam? Segundo eles, os manifestantes deveriam sair às ruas, Brasil afora, levando faixas mais ou menos assim: "Impeachment, se possível, quando possível!". Quem carregaria uma peça dessas? Animados com uma candura e uma doçura que exige um canavial inteiro propõem "menos ódio" nas manifestações. Engraçado, não é mesmo? Que fim levou a boa e velha indignação pela qual tanto cobravam quando serviam ao PT oposicionista? Agora, a justa indignação virou ódio? Sentimento maligno, politicamente hediondo, pimenta que arde no olho?
Eles nos ensinam, também, que o "Fora Dilma!" é frase autoritária. Diagnosticam que ela fere a legitimidade do mandato da presidente. Como pode alguém dizer "Fora Dilma!", seis meses depois de a presidente ter sido eleita com maioria de votos?
É a pedagogia da conformidade bovina. Se for assim e para isso, a gente fica em casa assistindo um filmezinho, que é exatamente o desejo por trás dessa pedagogia para boi no cercado.
Falemos, então em legitimidade, jornalista pedagogo militante. De que legitimidade falas quando te referes ao atual mandato da presidente? Da legitimidade alcançada com votos atraídos pelo festival de mentiras, mistificações e falsidades que se derramou pelo país em 2014? Da legitimidade via votos comprados com bilhões de nosso dinheiro? Da legitimidade alcançada com ameaças de que um festival de desgraças se abateria sobre o país em caso de vitória da oposição (para logo após a adotar aquelas mesmas medidas contra as quais verberava)? Da legitimidade via urnas eletrônicas? Via Smartmatic? Via apuração sigilosa? Da legitimidade de quem agora não arregimenta mais do que 7% dos eleitores?
O povo não estaria nas ruas se não se sentisse enganado, ultrajado e furtado! Aprendam isso e aprendam a ouvir o povo, em vez de apenas falar-lhe. Aproveitem do caráter, este sim pedagógico, das manifestações dos últimos meses. E com o que ainda lhes reste de consciência, arrependam-se do que ajudaram a produzir no país. O preço desse constrangedor serviço está sendo pago com corrupção em proporções jamais vistas, com recessão, inflação, desemprego, carestia, perda de credibilidade nacional e humilhação perante as demais nações. Está de bom tamanho?
*Via Percival Puggina

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Justiça condena mais três da operação lava jato.

Camargo, Cerveró, Youssef e Baiano (Foto: Reprodução, Alaor Filho/Estadão Conteúdo, Félix R./Futura Press/Estadão Conteúdo, Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)Camargo, Cerveró, Youssef e Baiano (Foto: Reprodução, Alaor Filho/Estadão Conteúdo, Félix R./Futura Press/Estadão Conteúdo, Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)
A Justiça Federal condenou nesta segunda-feira (17) o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o lobista Fernando Baiano e Júlio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, por corrupção e lavagem de dinheiro. A ação penal teve origem na 8ª fase da Operação Lava Jato.

Os três são acusados de envolvimento no esquema de fraude, corrupção, desvio e lavagem dinheiro descoberto dentro da Petrobras. Cerveró e Baiano foram acusados de receber e intermediar propina em contratos da estatal.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Fernando Baiano e Nestor Cerveró são suspeitos de receber US$ 40 milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México. Fernando Baiano era representante de Nestor Cerveró no esquema, segundo a denúncia apresentada pelo MPF em dezembro de 2014.

Na sentença, porém, consta que as vantagens indevidas tenham superado R$ 54,5 milhões. Cerveró e Baiano terão que devolver este montante à Petrobras como forma de indenização pelo danos decorrentes dos crimes.
O doleiro Alberto Youssef, que é considerado peça chave no esquema criminoso, também é réu nesta ação. Entretanto, ele foi absolvido do crime de lavagem.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais na primeira instância, avaliou que não há prova suficiente sobre esta prática. Dos condenados, apenas Júlio Camargo não está preso.

Foi em uma audiência, inclusive, desta ação que Júlio Camargo afirmou que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), pediu US$ 5 milhões para viabilizar um contrato de navios-sonda na Petrobras. O deputado nega.

Veja pelo que cada um foi condenado:

Nestor Cerveró - corrupção passiva e lavagem de dinheiro - 12 anos e 3 meses de prisão
Fernando Baiano - corrupção passiva e lavagem de dinheiro - 16 anos e um mês de prisão
Júlio Camargo - corrupção ativa e lavagem de dinheiro - 14 anos de prisão, porém, devido ao acordo de colaboração, deverá pegar cinco anos, em regime aberto.

Júlio Camargo também foi absolvido por crimes contra o sistema financeiro nacional.

Esta é a segunda condenação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró ligada à Lava Jato. A Justiça o considerou culpado pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo no Rio de Janeiro impondo pena de cinco anos de reclusão. O imóvel, segundo o Judiciário, foi pago com dinheiro de propina. Já para Júlio Camargo e Fernando Baiano está é a primeira condenação.

Procurada pelo G1, a defesa de Nestor Cerveró, representada pela advogada Alessi Brandão, não quis comentar. O advogado de Fernando Baiano, Nélio Machado, disse que ainda não tem conhecimento do teor da condenação e que vai se pronunciar sobre o caso ainda nesta segunda-feira. Já Antônio Figueiredo Basto, que defende Júlio Camargo, não foi localizado pela reportagem.

Delação premiada
Júlio Camargo é um dos delatores da Lava Jato, ou seja, passou informações ao MPF sobre o esquema em troca de benefícios em caso de condenação.

Na sentença desta segunda-feira, Moro afirmou ter notícias de que Cerveró e Baiano também estão negociando acordo de colaboração.

De acordo com o MPF, até 3 de agosto, 22 pessoas investigadas pela Lava Jato firmaram acordo de delação premiada. Outros seis acordos são mantidos em sigilo.

A denúncia
Nestor Cerveró, que comandou a Diretoria Internacional entre 2003 e 2008, utilizou o cargo para privilegiar empresas em negociações comerciais em contratos com a Petrobras em troca de propina, de acordo com a denúncia.

Cerveró tinha na figura de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, um operador financeiro para viabilizar o pagamento de propina por parte de Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, ainda conforme a denúncia.
Segundo o Ministério Público Federal, a propina foi de US$ 40 milhões. A quantia referia-se a contratação de um estaleiro sul-coreano.
A acusação argumenta que para dar aparência lícita à propina foram firmados dois contratos com uma empresa de Júlio Camargo, totalizando US$ 53 milhões – US$ 13 milhões ficariam com Júlio Camargo.
Ainda conforme os procuradores, Júlio Camargo passou a sofrer diversas pressões de Fernando Soares, o qual agia em nome de um dos agentes políticos destinatários finais da propina das sondas. Fernando Soares é suspeito de operar a cota do PMDB no esquema de corrupção. O PMDB nega a acusação.
O MPF afirma que o pagamento de propina foi viabilizado de quatro maneiras diferentes: transferências fracionadas no exterior, transferências realizadas em território nacional entre empresas de Júlio Camargo e Alberto Youssef, falsos contratos de prestação de serviços e por meio de notas fiscais frias.
O que disseram as defesas
Nas alegações finais anexadas à ação penal, a defesa de Camargo argumentou que o acusado celebrou o acordo de colaboração com o MPF e revelou o seus crimes. Além disso, os advogados afirmaram que o delator não praticou o crime de corrupção ativa.

Já a defesa de Cerveró argumentou, também nas alegações finais, que a Justiça Federal é incompetente para processar e julgar o feito e que os depoimentos do delator Júlio Camargo deveriam ser considerados nulos, pois seriam contraditórios. A defesa ainda afirmou que não houve crime de corrupção e que a contratação dos navios-sonda foi regular.

A defesa de Baiano também afirmou nas alegações finais que o Justiça Federal é incompetente para processar o feito. Também foi dito que a contratação das sondas foi positiva para a Petrobras, que o recebimento de comissões por intermediação de negócios não caracteriza crime de corrupção e que não há prova do pagamento de valores a Cerveró.
*Via Portal G1

O Petrolão, o sr. Itaipava e a campanha de Dilma.

Documentos mostram que o empresário Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis e amigo do ex-presidente Lula, se tornou um dos principais financiadores das eleições de Dilma e do PT depois de receber propinas do esquema que desviou bilhões da Petrobras.

*Por Mário Simas Filho, na Revista IstoÉ

Quando terminar o rastreamento da propina de US$ 15 milhões paga pelo ex-executivo da Toyo Setal, Júlio Camargo, ao esquema do Petrolão, os procuradores da Operação Lava Jato chegarão à mais forte conexão encontrada até agora entre os desvios ocorridos na Petrobras e as campanhas eleitorais do PT e da presidente Dilma Rousseff em 2010 e em 2014. Documentos obtidos por ISTOÉ mostram pela primeira vez desde o início das investigações o envolvimento de um empresário que nada tem a ver com empreiteiras ou com o setor de óleo e gás como beneficiário do Petrolão. Trata-se de Walter Faria, dono da Cervejaria Petrópolis -- que produz a cerveja Itaipava – e amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os documentos mostram que Faria se tornou um dos maiores financiadores das campanhas de Dilma depois de receber propina do Petrolão em uma conta na Suíça. Na disputa eleitoral do ano passado, Faria destinou R$ 24,8 milhões para o PT e seus aliados. Para a conta da então candidata Dilma Rousseff foram remetidos R$ 17,5 milhões em um intervalo de apenas cinco dias, entre 29 de setembro e 3 de outubro. São valores que fizeram da cervejaria sediada em Boituva (SP) a quarta maior financiadora da campanha da presidente, com R$ 10 milhões a mais do que foi doado pela Ambev, a gigante do setor de bebidas, e atrás apenas de potências empresariais como o Grupo JBS, a Andrade Gutierrez e a OAS. Segundo membros do Ministério Público Federal em São Pauloouvidos por ISTOÉ na última semana, o fato de não estar ligado a obras da Petrobras e nem ao setor de petróleo indica que Faria pode ter atuado como intermediário para levar às campanhas parte dos bilhões desviados da estatal. Um elo fundamental em todo o esquema, que vem funcionando desde 2006 e envolve uma complexa movimentação financeira que passa por contas e empresas na Suíça, em Montecarlo e no Uruguai.
Para os procuradores ouvidos por ISTOÉ, o fato de a Cervejaria Petrópolis se tornar um dos maiores financiadores das campanhas de Dilma e do PT é parte de um milionário tomá-la-da-cá nada republicano. No ano passado, dias antes de destinar uma parcela de R$ 5 milhões para a campanha da reeleição de Dilma, o Sr. Itaipava, como Faria é conhecido no meio político, obteve benesses do Banco do Nordeste impensáveis em uma operação normal. No começo de 2013, Faria conseguiu um empréstimo de R$ 375 milhões no BNB para construir uma fábrica na Bahia. Como sua empresa acumulava dívidas de aproximadamente R$ 400 milhões com a Receita, o BNB exigiu que Faria apresentasse como garantia uma carta-fiança de outro banco, o que representa um custo anual que pode chegar a 3% do total do empréstimo. O Sr. Itaipava reclamou muito, mas acabou aceitando. Em abril de 2014, o mesmo BNB, com as mesmas condições, disponibilizou mais R$ 452 milhões ao cervejeiro, para a construção de uma unidade em Pernambuco. Em setembro de 2014, a direção do banco mudou e apadrinhados da presidente Dilma e do então governador baiano, Jaques Wagner, assumiram o comando. Com a mudança, em apenas 24 horas Faria conseguiu se livrar das cartas fianças e apresentar garantias que, segundo analistas, jamais seriam aceitas por um banco privado. “Como alguém que carrega uma dívida de R$ 400 milhões com a Receita consegue tanto privilégio de um banco público?”, questiona o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). É provável que a resposta esteja nas relações políticas. No ano passado, além de se tornar a quarta maior doadora da campanha presidencial de Dilma, a Cervejaria Petrópolis foi, na Bahia, a principal financiadora da campanha do governador petista, Rui Costa, sucessor de Jaques Wagner. Segundo os registros do TSE, a Cervejaria de Faria repassou R$ 6,2 milhões para a campanha do governador, R$ 2 milhões a mais do que a OAS, a segunda maior fornecedora de recursos para o PT baiano.
Até 2005, Faria era visto como um grande sonegador. Detinha apenas 2% do mercado cervejeiro. Depois que se aproximou do ex-presidente Lula e passou a receber propinas do Petrolão, a Cervejaria Petrópolis ganhou rápida musculatura. Um relatório elaborado pela consultoria inglesa Plato Logic’s registra que a Itaipava, principal marca do grupo, é a quarta cerveja do mundo com maior crescimento no mercado entre 2005 e 2010. Nesses cinco anos, segundo o relatório internacional, as vendas da cerveja cresceram 50%. No ano passado, o grupo de Walter Faria se consolidou em segundo lugar no ramo de bebidas, com participação de cerca de 12%, perdendo apenas para a Ambev. Especialistas do setor de bebidas avaliam que esse crescimento está diretamente relacionado às relações políticas e a um complexo esquema de distribuição que protagoniza milionários casos de sonegação.
Os documentos em poder de ISTOÉ ilustram as estreitas relações entre as falcatruas do Sr. Itaipava e suas generosidades com as campanhas políticas. Um dos casos mais emblemáticos envolve duas antigas distribuidoras do grupo: a Praiamar Industrial Ltda e a Leyros. Atualmente a Praiamar está desativada depois de multada em R$ 100 milhões por causa de sonegação e de ser investigada pela Receita Federal, pela Secretaria da Fazenda de São Paulo e pelo Ministério Público Federal em Santos. Em 2010, por intermédio das distribuidoras Praiamar e Leyros, Faria repassou R$ 30 milhões para campanhas eleitorais, a maior parte destinada ao PT e a seus aliados e principalmente à campanha presidencial de Dilma Rousseff. A doação eleitoral chamou a atenção dos auditores do setor de inteligência da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Em um extenso relatório que faz parte de um processo que tramita na 3ª Vara Cível da Comarca de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, os auditores analisam o repasse eleitoral e afirmam: “Quando são consideradas as doações oriundas das duas maiores distribuidoras do Grupo Petrópolis, o valor doado supera os R$ 30 milhões (mais do que o dobro doado pela Schincariol e sete vezes mais do que a contribuição feita pela Ambev)”. No mesmo documento, o setor de inteligência da Secretaria da Fazenda adverte que os bancos Itaú, Bradesco e Santander fizeram doações políticas inferiores àquelas provenientes do Sr. Itaipava.
A LIGAÇÃO COM O PETROLÃO
A força-tarefa da Operação Lava Jato vai chegar ao Sr. Itaipava assim que detalhar as investigações sobre a delação premiada do executivo Júlio Camargo. Para vencer a disputa pelo afretamento do navio-sonda Petrobras 10000, em 2006, Camargo pagou US$ 15 milhões de propina. O juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato já sabem que o dinheiro foi depositado pela Piemont Investment Corp., uma empresa offshore de Camargo localizada no Uruguai, em diversas contas no exterior, todas elas indicadas por Fernando Baiano (apontado como lobista do PMDB) e Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional da estatal. “Fernando e Cerveró indicavam as contas que deveriam receber o dinheiro, mas não sei a quem elas pertencem”, disse Camargo na delação feita para a equipe do procurador Deltan Dallagnol. Os documentos agora revelados mostram que a conta que ficou com a maior parte do dinheiro foi a Headliner Limited. Sediada em Lugano, na Suíça, em apenas oito meses a Headliner recebeu US$ 3 milhões de Camargo. Foram três depósitos de US$ 500 mil e um de US$ 1,5 milhão. A conta Headline, segundo os extratos bancários e declarações de renda obtidos por ISTOÉ, pertenceria a Walter Faria (leia quadro na pág.32). Apesar das evidências, na sexta-feira 14 Faria afirmou à ISTOÉ que não é o dono da conta.
A movimentação financeira registrada na Suíça revela que além de receber as propinas provenientes do Petrolão, a conta Headliner era corriqueiramente abastecida com recursos depositados pela Zucchetti International LTD, por intermédio do banco BSI, em Montecarlo. Normalmente eram feitas transferências de US$ 4 milhões. A Zucchetti também pertence a Faria, como comprova sua declaração de renda entregue à Receita Federal no início deste ano. “Parece evidente que Walter Faria fazia uma constante movimentação entre contas tentando dificultar o rastreamento de dinheiro de origem ilegal, seja por pagamentos de propinas, seja por sonegação ou outros delitos contra o sistema financeiro nacional”, disse à ISTOÉ um procurador da República em São Paulo que teve acesso a parte dos documentos e que já investigou empresas ligadas ao Sr. Itaipava.
Para não deixar vestígios sobre o recebimento do dinheiro desviado da Petrobras no esquema do Petrolão, em 2009 Walter Faria encerrou a conta Headline. A operação, porém, deixou rastros que, segundo procuradores ouvidos por ISTOÉ, apenas confirmam a propriedade da conta na Suíça. Os documentos mostram que em 3 de junho de 2009 a Zucchetti, empresa de Montecarlo registrada no Imposto de Renda de Faria, transferiu US$ 24,085 milhões para uma outra empresa chamada Gendell Corp. Uma semana depois, a Gendell repassou US$ 24 milhões para a Headliner e US$ 85 mil para a Vale Frondoso S.A, no Uruguai. Em 17 de junho, a Headliner e a Gendell repassaram o saldo que possuíam para a Vale Frondoso. O que dá aos procuradores a certeza de que todo o dinheiro movimentado pertence ao Sr. Itaipava é um documento datado de 11 de novembro de 2010. Trata-se de um pedido de crédito de US$ 80 milhões feito pela Vale Frondoso junto ao banco BSI, na Suíça. O documento é assinado por Walter Faria. “Está provado que Walter Faria é dono da conta que recebeu dinheiro do Petrolão e que depois disso ele promoveu uma série de manobras bancárias na Suíça e no Uruguai com o objetivo de dificultar qualquer rastreamento sobre os recursos não declarados”, avalia o procurador da República em São Paulo que teve acesso á documentação. Nas próximas semanas, a força tarefa da Operação Lava Jato começará a receber os dados sobre as contas no Exterior que receberam a propina paga por Júlio Camargo. Certamente terão acesso a toda a movimentação feita pela Headliner e Faria deverá ser convocado para dar explicações.
As relações do Sr. Itaipava com o PT e especialmente com o ex-presidente Lula se estreitaram a partir de 2006, quando Faria, no auge do escândalo do Mensalão, acolheu o publicitário Marcos Valério em uma de suas empresas (leia reportagem na pág. 36). Nos últimos anos, segundo ex-diretores da Cervejaria Petrópolis, os contatos com João Vaccari, ex-tesoureiro petista, se tornaram freqüentes e, mesmo estando fora do governo, Lula nunca deixou de brindar com o amigo cervejeiro. Em novembro de 2013, quando já estava há mais de dois anos longe do Palácio do Planalto, Lula prestigiou a inauguração de uma unidade da Cervejaria em Alagoinhas, cidade situada a 100 quilômetros de Salvador. Na ocasião, foi dito por alguns veículos de imprensa da Bahia que o ex-presidente teria recebido R$ 300 mil por uma palestra motivacional para a equipe de vendas de Faria. Oficialmente a empresa nega a remuneração. O último encontro público de Lula e o Sr. Itaipava ocorreu em 17 de abril. O ex-presidente foi à inauguração da fábrica da Cervejaria em Itapissuna, cidade próxima a Recife (PE). Na ocasião, almoçou com Faria, fez uma palestra para os funcionários e um discurso condenando a “elite pessimista” e defendendo o ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy. Sobre o Petrolão, Lula disse: “Quem roubou está sendo preso e não podem ser confundidos com outras pessoas.”
FOTOS: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress, Carol Garcia/GOVBA; Wagner Ramos, Ricardo Borges/Folhapress; Vladimir Platonow/Agência Brasil, MARCELO PRATES/HOJE EM DIA/AE

Mulher de Dirceu presta depoimento à PF.

Simone Patricia Tristão Pereira, esposa de José Dirceu
Simone Patricia Tristão Pereira, esposa de José Dirceu, colecionadora de Channel, Gucci, Prada, tudo por conta do jabá do Senado e pensão da JD Consultoria.
A mulher do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, Simone Tristão, prestou depoimento nesta quarta-feira à Polícia Federal em Brasília. Os policiais intimaram todas as pessoas próximas ao ex-todo poderoso ministro do governo Lula para explicar repasses financeiros da JD Consultoria. No caso de Simone, ela disse ter recebido por 31 meses 3.000 reais mensais por meio da JD como pensão alimentícia para a filha que tem com o petista. Eles viviam juntos até o ex-ministro ser preso na segunda-feira na 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco em referência à forma como as propinas eram chamadas por investigados no petrolão. Nesta quarta, o juiz Sergio Moro liberou o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo, e o ex-assessor Bob Marques, ambos presos temporariamente na Lava Jato. Com a decisão, o magistrado disse "acreditar" que a prisão preventiva de José Dirceu seja capaz de estancar a atuação criminosa do grupo. (Laryssa Borges, de Brasília)

domingo, 16 de agosto de 2015

PT é perda total!

O povo nas ruas pela democracia, pela ética na política, contra os que roubam e enganam a nação brasileira.

Cerveró revela que assinou contrato superfaturado para pagar dívidas da campanha de Lula.

O ex-diretor da Petrobras está prestes a assinar acordo de delação premiada, no qual conta que os contratos foram direcionados à construtora Schahin com o propósito de saldar dívidas da campanha presidencial petista em 2006.

Por Robson Bonin
Veja.com
Nestor Cerveró: o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli o incumbiu pessoalmente de cuidar dos problemas de caixa que o PT enfrentava depois da eleição de Lula para o segundo mandato.
(Cristiano Mariz/VEJA)
No início de 2007, a Petrobras experimentava uma inédita onda de prosperidade estimulada pelas reservas recém-descobertas do pré-sal. O segundo mandato de Lula estava no começo. Com a economia aquecida e o consumo em alta, a ordem era investir. 

A área internacional da companhia, sob o comando do diretor Nestor Cerveró, aportou bilhões de dólares na compra de navios-sonda que preparariam a Petrobras para a busca do ouro negro em águas profundas. Em março daquele ano, uma operação chamou atenção pela ousadia. Sem discussão prévia com os técnicos e sem licitação, a estatal comprou uma sonda sul-coreana por 616 milhões de dólares. 

E, ainda mais suspeito, escolheu a desconhecida construtora Schahin para operá-la, pagando mais 1,6 bilhão de dólares pelo serviço. Um negócio espetacular - apenas para a empresa que vendeu a sonda e para a construtora, que tinha escassa expertise no ramo.

A Lava-Jato descobriu que, como todos os contratos, esse também não ficou imune ao pagamento de propina a diretores e políticos. O escândalo, entretanto, vai muito mais além. 

Em delação premiada, o operador Julio Camargo, que representava a Samsung na transação do navio-sonda Vitória 10 000, confessou ter pago 25 milhões de dólares em propinas a diretores e intermediários, incluindo aí o próprio Cerveró. Com o esquema em torno da sonda revelado, faltava descobrir o papel da Schahin na operação. E é exatamente Nestor Cerveró, preso em Curitiba e agora negociando a sua delação premiada, quem revela a parte até aqui desconhecida da história. 

Em um dos capítulos do acordo que está prestes a assinar com o Ministério Público, o ex-diretor da área internacional conta que os contratos de compra e operação da sonda Vitória 10 000 foram direcionados à construtora Schahin com o propósito de saldar dívidas da campanha presidencial de Lula, em 2006. E, por envolver o caixa direto da reeleição do petista, a jogada foi coordenada diretamente pela alta cúpula da Petrobras. 

Nos primeiros relatos em busca do acordo, Cerveró contou que o PT terminou 2006 com uma dívida de campanha de 60 milhões de reais com o Banco Schahin, pertencente ao mesmo grupo que administrava a construtora. Sem condições de quitar o débito pelas vias tradicionais, o partido usou os contratos da diretoria internacional para pagar a dívida da campanha. 

Então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli incumbiu pessoalmente Cerveró do caso. O ex-diretor recebeu ordens claras para direcionar o contrato bilionário da sonda à Schahin. Uma vez contratada pela Petrobras, a empreiteira descontou a dívida do PT da propina devida aos corruptos do petrolão. Para garantir o silêncio sobre o arranjo, a Schahin também pagou propina aos dirigentes da Petrobras envolvidos na transação.

Os repasses foram acertados pelo executivo Fernando Schahin, filho do fundador do grupo, Milton Schahin, e um dos dirigentes da Schahin Petróleo e Gás. Fernando usou uma conta no banco suíço Julius Baer para transferir a propina destinada aos dirigentes da estatal para o banco Cramer, também na Suíça. O dinheiro chegou a Cerveró e aos gerentes da área Internacional Eduardo Musa e Carlos Roberto Martins, igualmente citados como beneficiários dos subornos. 

Além de amortizar as dívidas da campanha de 2006, o contrato da sonda Vitória 10 000 serviu para encerrar outro assunto nebuloso envolvendo empréstimos do Banco Schahin e o PT. A história remonta ao assassinato do prefeito petista Celso Daniel, em Santo André, em 2002. Durante o julgamento do mensalão, ao pressentir que seria condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, Marcos Valério, o operador do esquema, tentou fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público.

Em depoimento na Procuradoria-Geral da República, ele narrou a história que agora pode se confirmar no petrolão. Segundo Valério, o PT usou a Petrobras para pagar suborno a um empresário que ameaçava envolver Lula, Gilberto Carvalho e o mensaleiro preso José Dirceu na trama que resultou no assassinato de Celso Daniel. 

Valério contou aos procuradores que se recusou a fazer a operação e que coube ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula, socorrer a cúpula petista. Segundo ele, Bumlai contraiu um empréstimo de 6 milhões de reais no Banco Schahin para comprar o silêncio do chantagista.

Depois, usou sua influência na Petrobras para conseguir os contratos da sonda para a construtora. O próprio Milton Schahin admitiu ter emprestado 12 milhões de reais ao amigo de Lula. "O Bumlai pegou, sim, um empréstimo, como tantas outras pessoas. Mas eu não sou obrigado a saber para que o dinheiro foi usado", disse recentemente à revista Piauí. 

Eivada de irregularidades, a contratação da Schahin tornou-se alvo de investigação da própria Petrobras. A auditoria da estatal concluiu que a escolha da Schahin se deu sem "processo competitivo" e ocorreu a partir de índices operacionais de desempenho artificialmente inflados para justificar a contratação. 

Os prejuízos causados pela transação em torno da Vitória 10 000 foram classificados pelos técnicos como "problemas políticos", que deveriam ser resolvidos pela cúpula da estatal. Não fosse pela Lava-Jato, a trama que envolve a campanha de Lula e os contratos na Petrobras permaneceria oculta nos orçamentos cifrados da estatal.

A Schahin, que vira seu faturamento saltar de 133 milhões de dólares para 395 milhões de dólares durante os oito anos de governo Lula, seguiria faturando sem ser importunada. 

O cerco, porém, está se fechando. Os números das contas usadas no pagamento de propinas no exterior e até detalhes das viagens de Fernando Schahin à Suíça já foram entregues pelos ex-dirigentes da Petrobras aos procuradores. Apesar dos claros sinais de fraude no processo, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli defendeu a compra da sonda ao depor como testemunha de defesa de Cerveró na Justiça.

Procurados, os advogados de Cerveró disseram que não poderiam se pronunciar sobre o andamento do acordo de delação com o Ministério Público. Os demais citados negaram envolvimento no caso. 

Ao falar da ordem para beneficiar a Schahin, Cerveró reproduziu a frase que teria ouvido de Gabrielli: "Veio um pedido do homem lá de cima. A sonda tem de ficar com a Schahin". 

E assim foi feito. Cerveró ainda não revelou quem era o tal "homem".