sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Os Sadomasoquistas de Plantão.

O número de analfabetos do Brasil é acachapante e assusta quando sabemos que muitos alfabetizados, mal e porcamente desenham ou rabiscam os seus nomes.
Em geral, sua capacidade de ler e interpretar um simplório texto é deprimente.
Contudo, felizmente, o nacional dirigiu suas qualificações para outros lados, tanto que o seu jeitinho é conhecido mundialmente.
Assim, graças a sua engenhosa mente, o jeitoso busca tirar a sua casquinha em qualquer situação. Fura filas, não trabalha nos dias uteis, o que dirá nos feriados.
Sabemos que esta terra é a que tem mais feriados durante o ano.
Portanto, quando alguém anuncia que no Brasil existe a maior quantidade de bichas, lésbicas e acólitos, acreditamos, pois, nossa terra é chegada a um sexo desvairado e sem limites.
Dessa forma, ao analisar o contexto nacional, no qual abundam os sinais da falência econômica, da crise política e da debacle moral, os entendidos são obrigados a admitir que o retrato da nação só poderia ser a da esbórnia institucionalizada.
Dizem os estudiosos sexuais, que o retrato de nosso povo é o da sacanagem elevada ao cubo, pois somos viciados em diversas orgias, principalmente, a da moral, ou melhor, da falta de moral.
Embora de poucos conhecimentos didáticos, como a História da Pátria e a de seus verdadeiros heróis, somos mestres e doutores em putarias desenfreadas. Tanto que na sua maioria, o povo nacional mergulhou sua existência no sadomasoquismo, que todos sabem o que é.
Naquele tipo de tara, existem os ativos e os passivos.
Os políticos, em especial os do PT, são ativíssimos. Com chicotes e outros artefatos lúdicos sentam a bordoada nos passivos, que de fato entram em orgasmo com as porradas bem aplicadas.
Após doze anos de muita sacanagem, naturalmente uma de suas consequências seria, como é, uma série de fobias, os ativos ejaculando de prazer a cada chibatada nos passivos, e estes entrando em colapso libidinoso a cada bordoada recebida.
Hoje, existe uma remotíssima hipótese de o conúbio fantástico sofrer algumas equimoses, porém os ativos que contam com o conluio dos passivos, anunciam novas chicotadas, novos atos sexuais violentos como o aumento de impostos, de desempregados, a volta da CPMF e de outras atrações que colocam os passivos em delírio.
Portanto, diante dos novos anúncios pelos ativos, medidas apoiadas pelos demais políticos e ansiadas pelos passivos, acreditamos que a depravação sexual continuará.
Aqueles puritanos, que são contrários aos arrufos que ligam ativos e passivos, devem aproveitar a onda de imigração para a Europa e pegarem suas mochilas e partirem, pois, aqui, atendendo ao pedido da maioria ultra - sadomasoquista para a satisfação do povaréu passivo, vamos levar muitas dolorosas porradas como o povo brasileiro gosta e goza.
De fato, com as novas medidas dos ativos é provável que os passivos tenham uma montoeira de orgasmos e prazeres indescritíveis, como a fome, a falta de luz, de água, de ensino, de atendimento médico, de dinheiro, e de outras misérias que enchem de luxúria ospassivos.
Parece que os ativos inundarão o mercado com objetos considerados lascivos, como abolsa para o prazer total, apenas para os mais cafajestes e putanheiros.
Diversos bonecos infláveis como de anta e de molusco, com uma série de penduricalhos, como algemas, chicotinhos de couro, velas de variados calibres serão distribuídos em praças públicas para que seus adeptos não reclamem de qualquer discriminação.
“Como sadomasoquismo é a busca pelo prazer gerado pela imposição e pelo recebimento de dor, e o PT gosta de ... e o povaréu de sofrer, logo …”
Brasília, DF, 16 de setembro de 2015
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Governo terá que suar a camisa para impedir impeachment de Dilma.

Levantamento feito através de questionário distribuído pela oposição na Câmara revela esse número, 286 votos pró-impeachment, só faltando 22 votos para tingir o número de 308 necessários. Mas impeachment não é questão só matemática, antes de tudo é política. É preciso ponderar que vários deputados podem ter se manifestado favoráveis ao impeachment no questionário apenas para não ficar mal com Cunha e os líderes da oposição. E o mais importante, o governo ainda vai entrar em campo com sua política de "toma lá, dá cá", que fará muita gente mudar de posição. Certo mesmo é que amanhã, Hélio Bicudo (fundador do PT) e o jurista Miguel Reale Júnior (ex-ministro de FHC) protocolam o pedido de abertura do processo de impeachment com nova fundamentação. A partir daí sai de baixo porque vai começar a ser travada a guerra do impeachment.

O milagre do crescimento dos assistidos pelo Bolsa Família.

O governo alterou dados oficiais, públicos, depois que uma reportagem de VEJA mostrou que quase 800 000 famílias perderam o Bolsa Família entre dezembro do ano passado e julho deste ano. Além disso, retirou do site do Ministério do Desenvolvimento Social o link para a consulta desses dados. O link só voltou ao ar depois de a revista ter questionado o motivo do sumiço.
Até a semana passada, uma página do site do Ministério do Desenvolvimento Social direcionava para o site da Caixa quem quisesse consultar o número oficial de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. O banco é o responsável por fazer o pagamento do benefício. No site da Caixa, os dados referentes a julho deste ano mostravam um total de 13 221 128 famílias beneficiadas – essa informação foi utilizada na reportagem de VEJA, que mostrou a queda nos beneficiários baseada na informação, também fornecida pelo ministério, de que eram 14 003 441 as famílias autorizadas a receber o dinheiro em dezembro.
Ontem, no entanto, o governo – que divulgou nota na segunda-feira contestando a reportagem de VEJA — alterou os dados sem nenhuma explicação. Depois de ficar fora do ar por algumas horas, o site da Caixa voltou exibindo um número diferente de beneficiados em julho: 13 827 369 (veja nesta página as duas imagens do site, antes e depois da publicação da reportagem). Com esse novo dado, o número de famílias favorecidas pelo programa se mantém praticamente estável, em vez de diminuir.
*Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Acusado de receber R$ 11,8 milhões em propina, José Dirceu vira réu na Lava-Jato.

Juiz Sérgio Moro também aceitou denúncia contra ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e outras 13 pessoas.
José Dirceu e João Vaccari Neto, acusados de serem os responsáveis por receber propina em esquema de corrupção na Petrobras 

O Globo.
SÃO PAULO - O ex-ministro José Dirceu virou réu da Operação Lava-Jato nesta terça-feira. O juiz federal Sérgio Moro aceitou denúncia por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa feita pelo Ministério Público Federal (MPF) em 4 de setembro. Dirceu é acusado de receber R$ 11,8 milhões em propinas de empresas que tiveram contrato com a Petrobras. Além do ex-ministro, viraram réus nesta terça-feira outras 14 pessoas que teriam participado do esquema. 

Moro aceitou denúncia também contra o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que já responde a duas outras ações penais na Lava-Jato, e Fernando Moura, apontado como responsável pela indicação e manutenção de Renato Duque como diretor de Serviços da Petrobras, ao lado de Dirceu. Segundo Moro, “das propinas, metade ficava para os agentes da Petrobras e a outra metade ficava para o Partido dos Trabalhadores, sendo ainda parcela desta destinada a agentes políticos específicos, entre eles José Dirceu e Fernando Moura.” 

Os pagamentos de propina a Dirceu, segundo a denúncia, eram intermediados pelo operador Milton Pascowitch, que assinou acordo de delação premiada. O ex-ministro recebeu o dinheiro de várias formas, de acordo com o MPF: por meio de contratos firmados com sua empresa, a JD Assessoria, por pagamento de reformas em imóveis, compra de apartamento e aluguel de aeronaves. 

Também viraram réus: Julio Camargo, Olavo Moura, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, Roberto Marques, Renato Duque, Pedro Barusco, Milton Pascowitch, José Adolfo Pascowitch, Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho, Gerson Almada e Julio César Santos. 

Em setembro, o MPF havia denunciado 17 pessoas, mas o juiz Sérgio Moro entendeu que faltam “justa causa” para iniciar processos criminais contra duas delas. Foram liberadas da acusação pelo juiz a filha de José Dirceu, Camila Ramos de Oliveira e Silva, e a arquiteta Daniela Facchini. Camila tinha sido denunciada porque recebeu um imóvel pago por Pascowitch. Já Daniela foi contratada pelo delator para fazer a reforma em um imóvel de Dirceu em Vinhedo (SP).
                    *Por Cleide Carvalho, Renato Onofre e Tiago Dantas, em O Globo

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Oposição avisa que vai barrar nova CPMF e petistas criticam cortes.

Anúncio do governo desagrada tanto parlamentares da oposição como da base aliada da presidente.

Por Maria Lima, Cristiane Jubgblut 
e Isabel Braga, em 
O Globo

BRASÍLIA - O anúncio do pacote medidas complementares do ajuste fiscal teve um impacto tanto entre governistas quanto entre oposicionistas no Congresso. Enquanto petistas já se mobilizam para impedir o corte de investimentos em saúde e congelamento de salários no funcionalismo , a oposição avisa que vai barrar a nova CPMF. O senador Lindbergh Faria (PT-RJ) diz que o pacote é “uma declaração de guerra a todos os servidores” e que haverá uma reação dez vezes maior do que a reação ao primeiro ajusta por parte dos movimentos sociais, da CUT e do PT. Oposição vai criar uma frente contra a recriação da CPMF e reclama que Dilma resiste em cortar os “apadrinhados”. 

— É claro que vai ter reação! Passamos oito anos criticando Fernando Henrique Cardoso por causa do congelamento do salário dos servidores e agora copiam a receita de FHC? — protestou Lindbergh. 

Ele não diz que o pacote pode custar o mandato da presidente Dilma Rousseff, mas acha que o impacto pode ser grande, que as universidades federais já estão em greve e “todo mundo sabe o que vai acontecer” com as novas medidas . 

— A reação do PT , da CUT e dos movimentos sociais vai ser 10 vezes maior do que o primeiro ajuste. Vai criar um problema na nossa base social que está indo para as ruas defender o mandato da presidente Dilma — disse o petista. 

Para Lindbergh, ao invés de atacar o funcionalismo e cortar investimentos de forma criminosa, o governo deveria ter optado por tributar mais o “andar de cima” com a tributação de lucros e dividendos, o que renderia uma receita de cerca de R$50 bilhões. 

Na oposição, o líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO) centrou fogo na criação da nova CPMF com alíquota de 0.02% por quatro anos, exclusivamente para custear a Previdência. Caiado disse que o governo não precisa recriar a CPMF para falar em cortes de gastos. 

— O governo prefere centrar no aumento da carga tributária em vez de cortar em sua estrutura. É brincar com a inteligência do brasileiro. Dilma faz um jogo de cena, não faz um corte significativo de ministérios nem cargos de apadrinhados e ainda resolve repassar a conta do desastre de seu governo para o brasileiro. Vamos fazer uma ampla frente ao lado da população contra aumento de carga tributária. O Congresso não vai referendar esse ataque — avisou Caiado. 

O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse que o partido não apoiará a recriação da CPMF. Agripino disse que o governo não cortou na carne, com redução de ministérios e de cargos de confiança. 

— Não contem conosco para recriar a CPMF. Onde estão os cortes na carne do petismo, nos vícios de 12 anos do petismo? A conta está caindo nas costas do funcionalismo, nos investidores e no aumento da carga tributária da população — disse Agripino. 

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), avisou que os tucanos cobrarão da presidente Dilma Rousseff a redução de ministérios e cargos comissionados, como forma de reduzir a máquina administrativa. Para Sampaio, a proposta anunciada pela equipe econômica do governo são insuficientes e pecam por propor novamente que a sociedade arque com a "parte mais pesada" do ajuste, com o aumento de impostes, cortes em benefícios. em programas sociais e em investimentos. 

— O governo quer empurrar os custos para os brasileiros, já fortemente penalizados com a perda de renda, de empregos e de perspectivas. São vítimas de um governo incompetente, irresponsável e inoperante, que levou o país ao fundo do poço. Em se tratando de um governo que se reelegeu mentindo aos brasileiros, não duvido nada que os cortes em ministérios e cargos de confiança não saiam do papel. Mais uma vez o governo quer empurrar a conta goela abaixo do contribuinte. O que a presidente Dilma pretende é fazer com que os brasileiros sejam os fiadores do déficit pelo qual ela é a principal responsável, mas não quer pagar a conta, cortando na própria carne — criticou Sampaio. 

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) também critica a falta de cortes de ministérios e cargos comissionados e a decisão de propor aumento de impostos. Para ele, foi um anúncio "pífio" diante do tamanho do rombo nas contas públicas. Para Mendonça Filho, o governo anunciou um rombo de R$ 30 milhões, mas em 2016 este rombo deverá ficar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões. O DEM lançará amanhã a campanha "Basta de Impostos" e o líder do partido diz que o Congresso não aprovará a recriação da CPMF. 

— O que o governo Dilma demonstra é a reiteração da mediocridade. Quando não lidera uma ação verdadeiramente ousada, para o tamanho da crise, não sensibiliza a sociedade e o próprio o Parlamento. Isso teria que vir com um corte radical de número de ministérios, fusão de empresas e privatização de outras, redução drástica nos cargos de confiança que aparelhamento o estado. O PT tem que aprender a fazer ajuste pela conta da despesa supérflua e não de receitas — criticou Mendonça Filho, acrescentando: 

— O anúncio foi pífio, até porque o buraco que anunciam como R$ 30 bilhões será, na verdade é de R$ 80 a R$ 100 bilhões. As contas do governo não levam em conta que, em 2016, o PIB terá crescimento negativo. O Orçamento considera receitas tributárias que dependem de aprovação do Congresso, de novos impostos, que não serão aprovados.

O governo erra, o povo paga!

Todas as medidas ainda dependem de aprovação do Congresso; entre elas, estão cortes no Minha Casa, Minha Vida e suspensão do reajuste de servidores.
Governo anuncia corte de gastos de R$ 26 bilhões

Por Ana Clara Costa, de Brasília
Veja.com

Cinco dias depois de assistir à perda do grau de investimento do Brasil, anunciada pela agência Standard & Poor's, o governo apresentou nesta segunda-feira medidas de ajuste que podem gerar economia de até 26 bilhões de reais no Orçamento de 2016. Todas dependem de aprovação do Congresso. Entre as medidas anunciadas, há a suspensão do reajuste de servidores públicos e dos concursos, corte de gastos de custeio, redução dos repasses ao Minha Casa Minha Vida e ao PAC. 

O maior impacto nos cortes virá do adiamento dos reajustes dos servidores públicos, que, se aprovado, trará economia de 7 bilhões de reais ao governo. Em segundo lugar, há os cortes no Minha Casa Minha Vida, no valor de 4,8 bilhões de reais, que representa um terço da dotação orçamentária para o programa no ano que vem. O governo prevê ainda cortes de 3,8 bilhões de reais em gastos com o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). 

Duas semanas atrás, a equipe econômica havia convocado a imprensa para anunciar um déficit de 30,5 bilhões de reais nas contas do ano que vem, alegando tratar-se de uma atitude "transparente". Agora, depois do rebaixamento, se compromete a economizar 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a 34 bilhões de reais. Isso significa que o governo precisará encontrar espaço fiscal para cortar 64,5 bilhões de reais entre o orçamento atual e aquele apresentado na semana passada.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

domingo, 13 de setembro de 2015

O gravíssimo pecado dos omissos.




*Por Percival Puggina, via 
Zero Hora


1. O PAÍS PERDE TRINTA ANOS EM 13

Os responsáveis pela crise brasileira podem ser classificados em três grupos principais. O primeiro inclui políticos, governantes e formadores de opinião que, numa rara e fecunda combinação de ignorância, incompetência e desonestidade, jogaram o país no abismo. O segundo é formado pelos que se beneficiando do governo concederam sucessivos mandatos a quem, diligentemente, conduzia o país de volta aos anos 80. Uniram-se no palco para a grande mágica petista: o país perde trinta anos em 13! O terceiro é o dos tão descontentes quanto omissos. Refiro-me à turma que não sai do sofá. Quando a água bate nas canelas, pegam as velhas listas telefônicas e sentam em cima. Estes últimos incorrem no gravíssimo pecado de omissão. Eu ficaria feliz se os ônus do que vem por aí incidisse, direta e pessoalmente, sobre cada um desses três grupos em vez de se repartir de modo tão injusto sobre o conjunto da população

2. OMISSOS!

É gravíssimo o pecado dos omissos no atual momento histórico brasileiro! O sujeito lê uma pesquisa e fica sabendo que quase 70% da população quer o impeachment da presidente e que ela conta com a confiança de menos de 8% da sociedade. Diante desses dados, em seu comodismo, ele se considera contado e se dá por representado. Naquela cabeça de cidadão omisso, o dado da pesquisa fala por ele. Representa-o.

3. TERCEIRIZAM O PRÓPRIO DEVER

Pouco importa se seu congressista, ou o Congresso inteiro, não o fazem. Pouco lhe interessa se o único assunto das lideranças com poder de fogo no parlamento é a formação de um "acordão" que mantenha tudo como está. Não o perturba a inconfiabilidade dos tribunais superiores. Ele terceirizou todas as suas responsabilidades cívicas. Ou o fez para as Forças Armadas, que não podem e não devem intervir fora das previsões constitucionais. Ou o fez para o juiz Sérgio Moro, como se o bravo magistrado e a sala onde trabalha não estivesse situada no andar térreo do enorme e pouco confiável edifício judiciário. A pachorra dos processos criminais contra personalidades do mundo político é simétrica à pachorra dos cidadãos omissos. E esta serve àquela.

4. MOBILIZAÇÃO OU CAOS

No entanto, o fio pelo qual pende esse trágico governo, só poderá ser rompido quando a mobilização do povo, fonte legítima de todo poder, alcançar proporções multitudinárias, se dezenas de milhões (e não centenas de milhares) forem às ruas, pacífica e ordeiramente, rugir de modo reiterado e insistente sua inconformidade para desestabilizar a quietude das instituições.

Uma das páginas mais aviltantes da nossa história está sendo escrita no tempo presente com as tintas da ignorância, da incompetência, da desonestidade e da omissão.


* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

O esquerdista é um ser infantilizado.

O esquerdista é um ser infantilizado. O ethos que o define é a síndrome de Peter Pan. Ele criou um mundo imaginário, um conto de fadas ideológico, em que ele exerce o papel quixotesco de lutar contra moinhos.
Contudo, infelizmente, a sua infantilidade caminha de perto com seu ódio patológico, por isso que, ao invés de criar um amigo imaginário, a eterna criança (o militante) cria a figura do inimigo imaginário - que ele chama de burguês.
Todo agir político, do esquerdista, gira em torno dessa fantasia ideológica. Tudo que não se enquadre na sua definição de nós, é imediatamente reconfigurado como seu inimigo burguês. Daí a característica marcante, da política de esquerda, ser uma eterna luta de classe. Entretanto, o conceito de classe dilatou-se no delírio infantil do militante, tornando-se tudo que ele idealizou como burguês.
*Confraria dos Reaças, via Facebook

Um médico sem fronteiras.







NESSUN DORMA - A ária de Puccini é a trilha sonora escolhida por Macedo (em primeiro plano) como método de concentração antes das cirurgias. (Foto-Egberto Nogueira/IMA Foto Galeria/VEJA).

O paulistano Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo faz 750 cirurgias por ano, marca imbatível no Brasil. Por zelar por seu corpo como zela pelo de seus pacientes, ele desenvolveu uma dieta e um programa de atividades físicas que o mantêm forte — e com mãos seguríssimas — em longas jornadas nas salas de operação
"Opera como um Deus", dizem dele os melhores médicos do Brasil. Acusam-no de operar demais, em casos desnecessários, mas é puro despeito, dito quase em tom de brincadeira, para tentar explicar os recordes do cirurgião paulistano Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, de 65 anos, do Hospital Albert Einstein. São 750 cirurgias por ano, portanto sessenta mensais, duas por dia. Ele calcula já ter realizado pelo menos 20 000 operações. São números quase inacreditáveis, que o próprio Macedo, avesso a qualquer celebração pública, homem discreto e calado, compara a feitos dos esportes. Diz ele: "O cirurgião não é um atleta, mas é solicitado como se fosse". Para, pensa e busca no ar uma metáfora ainda mais esclarecedora de sua rotina: "A cirurgia exige esforço semelhante ao de uma maratona". Macedo se comporta como um campeão olímpico para fazer jus à sua fama de craque dos bisturis, especializado em aparelho digestivo. Para Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião de fígado e pâncreas lotado na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, outro que não descansa, Macedo "tem uma força de trabalho tão espetacular que é difícil para qualquer jovem acompanhá-lo".
Por considerar sua atividade como a de um esportista, Macedo faz do cotidiano uma travessia espartana. Um único toque de alarme do despertador, às 6h30, de segunda a segunda, o tira da cama. Uma xícara grande de café puro e amargo é a primeira refeição. A caminho do hospital, ouve no carro alguma peça para piano de Mozart ("calma", descreve) ou preferencialmente Nessun Dorma, ária de Puccini, na voz de Luciano Pavarotti, porque dali em diante nada de dormir. Mentalmente desenha o que fará durante o dia. A depender da técnica utilizada na cirurgia, ele terá de ficar sentado, praticamente imóvel, ao longo de seis horas. É assim no caso dos procedimentos robóticos, quando manipula um equipamento com 3 metros de altura e quatro braços compridos de metal que farão as vezes das mãos humanas sobre o corpo do paciente, o que é comum na extração de tumores no pâncreas, nos rins e nos intestinos. Em operações convencionais, não é raro ele permanecer por nove horas em pé, manipulando o doente.
Meticuloso, preciso, cuidadoso, Macedo trata de seu corpo como se fosse o de seus pacientes. Ao se aproximar dos 60 anos, sentiu uma natural queda no vigor. Sofria com gripes constantes, que chegavam a incomodar durante vinte dias. O pequeno sinal de debilidade dificilmente afetaria a qualidade do trabalho. Mas foi o suficiente para que o médico mudasse o estilo de vida de maneira drástica. Passou a devorar artigos científicos sobre alimentação, atividade física e taxas sanguíneas. Estudioso compulsivo, leu 25 pesquisas científicas. O objetivo era criar um programa de saúde personalizado que lhe permitisse recuperar a disposição para as longas e duras jornadas de trabalho. Como não havia um Macedo que tratasse dele, fez tudo solitariamente.
Um dos maiores desafios era permanecer por horas a fio em jejum sem ficar com fome nem se sentir fraco. A questão foi resolvida da seguinte forma: passou a seguir a ferro e fogo o jejum, sem concessão nem mesmo à badalada barrinha de cereal. A medida teve como base o princípio fisiológico de que em longos períodos de privação alimentar perde-se a fome. Há uma lógica - o hábito do jejum faz com que o organismo fabrique um produto químico chamado corpo cetônico. Esse composto, feito de gordura corporal, tem duas funções primordiais. Uma delas é dar energia ao coração e ao cérebro ante a carência alimentar. A outra é inibir a ação do hipotálamo, região cerebral administradora da fome. Macedo ainda queria evitar mais uma condição resultante do consumo de alimentos durante a cirurgia. Comer estimula a liberação de serotonina no cérebro, substância do relaxamento, atalho para a perigosa desatenção.
A alimentação do cirurgião é regradíssima. Macedo adotou um programa inspirado na chamada "dieta paleolítica". Criado em 1975 pelo gastroenterologista americano Walter L. Voegtlin, o regime prega um retorno à alimentação dos homens pré-históricos. Dez anos depois, os médicos americanos Melvin Konner e Boyd Eaton consolidaram o modelo em artigo na revista The New England Journal of Medicine: só se devem ingerir os alimentos que nossos ancestrais consumiam. Incluem-se carnes magras, frutas, raízes e vegetais. Excluem-se os produtos industrializados. Macedo faz raras exceções. Vez ou outra come quatro quadradinhos de chocolate amargo e degusta duas taças de vinho. Evita ao máximo o sabor dos alimentos feitos com farinha branca, os chamados carboidratos simples. Os compostos aumentam subitamente a taxa de insulina, o hormônio que carrega a glicose para dentro das células. O pico da substância no organismo estimula a fome.
O médico ainda precisava ganhar músculos na medida certa para um cirurgião. Sem exageros, portanto. Braços pesados demais podem atrapalhar o manejo dos instrumentos. Para isso, Macedo passou a seguir um programa específico de exercícios. Praticada em uma academia montada no porão de casa, a musculação não vai além de meia hora. Períodos mais longos estimulam no organismo a produção de hormônios que prejudicam a formação do tecido muscular. A ginástica é feita sempre à noite. O esforço pela manhã causa pequenos tremores temporários nas mãos, algo inimaginável para um cirurgião.
Macedo está habituado aos desafios, e às tentativas de superá-los, desde os tempos de menino. Aos 12 anos, ao cair de um cavalo, sofreu uma paralisia do lado direito do rosto. Logo depois do acidente, seus pais acharam que o "sorriso de lado" era uma imitação de John Wayne, o ator predileto do filho. Des­co­briu-se mais tarde ser uma lesão incontornável, diagnosticada por um médico amigo da família. O acidente fez Macedo seguir a medicina, para entender como funciona o organismo humano e que há poesia entre sangue e músculos. A correção associada à timidez faz de sua agenda um livro fechado - e, ao contrário de um mau hábito disseminado, ele se recusa a citar o nome de famosos que passaram por suas mãos (Silvio Santos, Fausto Silva, Dercy Gonçalves e Ana Maria Braga, entre tantos outros). Ele apenas aceitou aparecer em fotografia ao lado de Hebe Camargo, em 2012, a quem operara para a extração de um tumor cancerígeno na região abdominal, porque a força de persuasão da apresentadora era lendária - e só ela mesmo poderia quebrar o gelo de um homem incapaz de brilharecos, mas sinônimo de certeza e segurança. Nas palavras do prêmio Nobel de Literatura Saul Bellow (1915-2005), mestre em entender os desvãos do ser humano: "Com um romancista, como com um cirurgião, você tem de ter a sensação de ter caído em boas mãos - alguém de quem você pode aceitar o anestésico com confiança".

*Por Natalia Cuminale, na Veja