sábado, 15 de julho de 2017

O discurso canalha de Lula.

1. O mais difícil não é ouvir as declarações de Lula sobre a sentença do Moro. O mais difícil é ver Raduan Nassar sentadinho ali ao lado dele. E ainda mais difícil é encontrar as palavras exatas para expressar o significado da submissão literária ao poder político. É um tipo de "pacto" inqualificável para a linguagem filosófica.
2. Lula também insiste na ideia de que nunca viu tanto "ódio disseminado". Por que é importante ele insistir nesse discurso? Simples: qualquer reação ao ódio, e digo reações físicas mediante o uso da força, é legitimada. Afinal, quem combate o ódio só pode ser "bom" e quem combate o ódio com todas as suas energias só pode ser "herói".
3. Lula afirmou, rememorando Fidel Castro, que Moro e ele deverão prestar contas para a História. Ora, esse tipo de discurso é um dos mais canalhas adotado pelos canalhas políticos, pois suspende, pelo menos no nível da crença -- que é o mais perigoso --, o valor concreto de um tribunal. Se quem julga não é o juiz, mas a História, todas as ações de Lula serão infalíveis perante o tribunal falível.

*Texto de Francisco Razzo

Relator do processo que pode determinar a prisão de Lula, manda recado importante.

Descrição: http://fotos.jornaldacidadeonline.com.br/uploads/fotos/650x0_1500105753_740279774.jpeg
Nesta sexta-feira (14), pela primeira vez o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato no Tribunal Regional de Recursos da 4ª Região (TRF-4), pela primeira vez se manifestou sobre um eventual recurso a ser proposto pela defesa do ex-presidente Lula, condenado a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O magistrado disse que não está preocupado com as ‘consequências políticas’ do caso, mas sim ‘com as consequências jurídicas’.
"Eu estou pensando no meu processo, em que estão sendo imputados fatos a uma pessoa. A questão eleitoral é uma consequência, mas não sou eu que determino", disse Gebran Neto.
Sobre o tempo que irá demorar para julgar o caso, disse que tentará julgar ‘o mais rápido possível’.
A manifestação gera o natural entendimento de que antes do pleito de 2018, caso seja mantida a decisão condenatória, Lula estará inelegível e preso.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Duas prisões domiciliares providenciais para Temer


Rodrigo Rocha Loures e Geddel Vieira Lima conduzidos pela Polícia Federal
Os adeptos de teorias da conspiração devem ter ficado em polvorosa com a decisão de um desembargador do TRF do Distrito Federal que concedeu a prisão domiciliar ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos homens de confiança de Michel Temer. De fato é uma coincidência, não quero acreditar que haja algo além disso. 
Quando se falava que Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala de Temer, não estava suportando mais a prisão e ia fazer delação premiada, no dia seguinte ganhou prisão domiciliar. Agora quando o Palácio do Planalto temia que Geddel Vieira Lima, que chegou a chorar na frente do juiz, não suportasse a pressão psicológica por estar emocionalmente arrasado, veio a prisão domiciliar.
Para Temer as duas prisões domiciliares vieram na hora certa. 

Luis Miranda entrevista Bolsonaro.

domingo, 9 de julho de 2017

Polícia Federal encerra grupo exclusivo da Lava Jato em Curitiba.


Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress 
Membros da Lava Jato em coletiva na 39ª fase da operação, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

A Polícia Federal encerrou, nesta semana, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba —ou seja, o grupo de delegados e agentes dedicados exclusivamente à operação. 

Em nota, a instituição informou que os policiais passarão a integrar a Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas), dentro da própria superintendência da PF. Eram quatro delegados e mais um grupo de agentes, num total de 40 pessoas dedicadas exclusivamente à Lava Jato em Curitiba. 

"Não há motivo orçamentário, nem político", disse o delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato em Curitiba, em entrevista nesta quinta (6). "É uma decisão operacional." 

Segundo a PF, a medida "prioriza ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário", e aumenta o efetivo dedicado ao combate à corrupção e lavagem de dinheiro. 

Cada um dos delegados da Lava Jato possuía cerca de 20 inquéritos, segundo a PF —um número bastante elevado em comparação com o auge da força-tarefa, que chegou a reunir 11 delegados. 

Havia relatos de sobrecarga de trabalho e acúmulo de funções. 

Com a mudança, informa a nota, a carga de trabalho será reduzida e distribuída entre outros policiais da Delecor, que vai reunir cerca de 80 pessoas, sendo 16 delegados. "Nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida", informou a PF. 

A ideia, segundo Paula, é criar um núcleo de "investigação permanente contra crimes de alta corrupção" –ao contrário da força-tarefa, que era instituída por portaria e poderia ser revogada a qualquer momento. 

Para a instituição, o número de policiais na sede do Paraná "está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade". 

REPERCUSSÃO

Integrantes da Lava Jato na PF afirmaram à Folha que a mudança foi "administrativa", a fim de compensar a redução no efetivo de policiais cedidos à força-tarefa. 

O problema vem ocorrendo há alguns meses, especialmente pela demanda maior em outros Estados, como Rio de Janeiro e Brasília. 

"São várias as prioridades agora", comentou Paula, que relatou que havia dificuldade em levar gente especializada a Curitiba. "Os policiais do Rio não vêm mais. Brasília, nem se fala. Não tem condições." 
A força-tarefa da PF já vinha sofrendo um corte progressivo de pessoal: em maio, o número de delegados dedicados à Lava Jato na PF de Curitiba caiu de nove para quatro. O argumento, na época, foi a queda da demanda da operação, e a criação de grupos em outros Estados. 

A expectativa agora é que as investigações sejam, de fato, otimizadas, com o apoio do restante da equipe da Delecor. 

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, em redes sociais, chegou a associar o fim da força-tarefa a problemas orçamentários. 

"A força-tarefa da Polícia Federal na Operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados. Mas, para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade", afirmou Lima, ao comentar a notícia da liberação de emendas parlamentares pelo governo federal. 

Mas Paula negou problemas de verbas: disse que os recursos para a Lava Jato estão reservados em orçamento desde o início do ano, e que não houve cortes. 

"Pode ser até que sobre recurso", comentou, em função da dificuldade de remover policiais especializados a Curitiba. 

Para o delegado, a mudança é uma "adequação à realidade". 

A extinção da força-tarefa será publicada nesta sexta (7), no boletim interno da Polícia Federal.
                    * Por  ESTELITA HASS CARAZZAI, na Folha de São Paulo - CURITIBA